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Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

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Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

A pacata vida na aldeia

Hoje apetece-me vir falar de trivialidades da aldeia. Eu moro num sitio pequeno, logo as conversas são tipo rastilho quando há assunto controverso, ou seja, fora do que as pessoas acham que se deve viver.

Actualmente há 2 assuntos que preenchem as conversas de café e de cusquice entre vizinhas.

 

Primeiro é a miuda de 15 anos que foi trabalhar para um café um bocado longe daqui, sozinha, conhece pessoas que os pais não sabem de onde saíram, etc., resultado, não vem a casa há imenso tempo, a ultima vez levou uma sova do pai e aparentemente anda metida com um tipo que se droga.

O destino desta miuda está traçado, dizem. Já não tem emenda, acrescentam. A mãe dela (que eu conheço mais ou menos bem) está cada vez mais magra, não consegue fazer de conta que está tudo bem, só trabalha e trata da casa. Está de rastos, mas que fazer? A miuda não é maluca, sempre teve a cabeça bem assente, era uma rapariga respeitadora, ajudava a mãe, essas virtudes todas...mas pronto gostava de ir a festas e falar de rapazes. Como a maioria das raparigas da idade dela. E agora, como se salva uma pessoa que não quer ou que, na minha opinião, acha que não tem de ser salva? Será que a maturidade é distribuida por necessidades? Será que ela pode ser uma rapariga madura para umas coisas e para outras ignorante como tudo?? Confesso que me espanta, eu costumava falar com ela, era - não sei se continua a ser - um doce de miuda, fui visitá-la depois de uma operação ao apêndice...e custa-me ver os pais dela assim...desnorteados, a pensar onde erraram...como se tivessem cometido um crime e agora estivessem a pagar adiantado.

Como se pode ajudar pessoas assim? Como fazê-los ver que só magoam a familia?

 

O outro assunto é sobre um vizinho meu que anda a trair a mulher. Esperava-se que uma pessoa, ao tomar a decisão de trair o conjuge, o fizesse de forma discreta, mas não...ele escolheu (ou ela escolheu-o a ele, ou escolheram-se um ao outro...) uma mulher aqui da terra, viuva é certo, mas mesmo assim, quer dizer... Um homem exemplar, trabalhador, têm um filho pequeno, têm uma casa que ele próprio construiu...

Não se sabe porquê, dizem as más-linguas que a outra estava a jeito, que andavam muito próximos, etc...o que não faltam são teorias. O que é certo é que a mulher sabe, toda a gente que ela sabe e ela sabe que toda a gente olha para ela e sabe. Complicado? Nem tanto...é mais triste. Mais uma vez as pessoas não são o que parecem...as reais razões dele não se sabem, mas seja como for está a magoar muita gente no processo, não só a mulher. É ela, os pais dela, os pais dele, que não parecem perceber por que razão ele faz isto. Acho que o filho ainda não se apercebeu da coisa, também é pequenino, mas não é maluco, se não percebeu ainda, vai perceber um dia e depois?

 

Isto são coisas de terras pequenas, facilmente indentificadas por causa disso mesmo, claro que acontece o mesmo nas cidades, mas... por que tomam as pessoas decisões assim? É egoísmo? Comodismo? Adrenalina? Vontade de ser diferente, de inovar, arriscar, aventura?

Não sei, mas custa.me ver que quem paga é sempre quem não tem culpa.

 

Necas