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Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

Bem visto....

Deixo-vos com mais uma brilhante crónica de Ricardo Araújo Pereira;

 

Os Décimos Terceiros Meses que Paguem a Crise

 

"Há um limite para os sacrifícios que se podem exigir aos portugueses."

Pedro Passos Coelho, 23 de Março de 2011

 

"E eu vou descobrir qual é."

Pedro Passos Coelho, 17 de Outubro de 2011

 

Ufa! Que sorte. Portugal livrou-se de um primeiro-ministro que dava o dito  por não dito, faltava às promessas e impunha sucessivas medidas de austeridade,  cada uma mais dura que a anterior. É bom olhar para trás, recordar esses tempos  longínquos e suspirar de alívio. Para o substituir, os portugueses escolheram um  primeiro-ministro que dá o dito por não dito, falta às promessas e impõe  sucessivas medidas de austeridade, cada uma mais dura que a anterior. Trata-se  de um conceito de governação tão diferente que, por vezes, parece que estamos a  viver num país novo.

Quem vive em democracia tem de estar preparado para estas mudanças radicais.  Sócrates usava, normalmente, gravatas de tom azul, enquanto Passos Coelho  prefere os verdes e os ocres. No entanto, depois de um período de adaptação, os  portugueses habituaram-se rapidamente à principal mudança política das duas  legislaturas. Em abono da verdade, deve dizer-se que o povo português, embora  seja dado a escolhas muito diferentes, de eleição para eleição, tem uma notável  capacidade de se adaptar à nova conjuntura política.

Repare-se, a título de exemplo, no que acontece com o estilo de Vítor Gaspar,  e no modo como os portugueses o aceitaram sem pestanejar - até porque se torna  bem difícil pestanejar quando se ouve o ministro das Finanças. Vítor Gaspar tem,  como é óbvio, aptidões em várias áreas do saber, embora nenhuma delas seja, ao  que parece, a economia ou as finanças. Trata-se de um homem evidentemente  versado em hipnotismo e encantamento de serpentes. Cinco minutos a ouvir Vítor  Gaspar e o contribuinte começa a sentir-se com sono, muito sono. É nessa altura  que percebe que a carteira começa a sair-lhe do bolso, ao som da voz  encantatória do ministro. Seduzida pelo magnetismo animal de Gaspar, a carteira  abandona o nosso bolso e dança até ao Ministério das Finanças, onde deposita os  subsídios de férias e de Natal. Depois, regressa à nossa algibeira, para  reabastecer. Gaspar, o encantador de carteiras, já demonstrou ter capacidade  para fazer este truque todos os anos. Mas o povo, sempre pérfido, prepara-lhe  uma partida cruel: a tendência maldosa do trabalhador português para o  desemprego e o trabalho precário levará a que, em breve, não sobre quase ninguém  a beneficiar de 13º mês. Lá terá o governo de nos levar o décimo segundo

Ler mais: http://aeiou.visao.pt/ricardo-araujo-pereira=s23462#ixzz1d13ZX19T

 

 

 

 

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