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Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

A sósia Brasileira....

As comparações que me fizeram com a Adriana Xavier vieram recordar-me de um dos episódios mas tragicómicos (inventei agora a palavra) da minha vida: O dia em que pequena e inocente Nocas foi confundida com uma senhora brasileira.
Há muitos, muitos anos Nocas era uma jovem e inocente estudante universitária na capital do reino, Lisboa. Naquela manhã Nocas tinha chegado de Expresso à santa terrinha para passar o fim de semana, papai tinha ficado de a ir buscar à gare mas, naquele fatídico dia, atrasou-se. Nocas arrastou as suas numerosas malas para junto de um banco, virado para uma enorme vidraça que dava para rua e sentou-se a ler um livro enquanto esperava.  Estava uma manhã de inverno ensolarada e um grupo de homens de meia idade falava animadamente do outro lado da vidraça, junto à porta de saída. Nocas levantou os olhos do livro sensivelmente ao mesmo tempo que um dos homens do grupo fixou os olhos nela e lhe sorriu algo envergonhado, Nocas não retribui o sorriso porque não reconheceu aquele rosto de lado nenhum, provavelmente o homem tinha sorrido por qualquer outro motivo e não para si.
Passados alguns minutos Nocas continuava a sentir-se observada e voltou a olhar para o homem que novamente lhe sorriu. Não era um sorriso de luxuria, nem tão pouco um sorriso sedutor. Era antes um sorriso tímido, acompanhado de um olhar brilhante e esperançoso...Era quase como se aquele homem estivesse à espera que Nocas o reconhece-se e lhe retribuísse o sorriso. Nocas tinha a certeza que nunca antes havia visto aquela pessoa no entanto ele continuava a fitá-la já complemente abstraído da conversa dos companheiros. Nocas começou a sentir-se desconfortável com a situação e resolveu ignorar o homem, fixar os olhos no livro e aguardar pela chegada de papai que já não havia de tardar. Passados uns minutos Nocas sentiu que o homem se aproximava,  transpôs os poucos metros que os separavam e veio-se colocar mesmo ao seu lado metendo conversa;
-Olá! Como é que estás? - Perguntou ele. Nocas olhou-o mas não respondeu, limitou-se a franzir o sobrolho com ar intrigado. O homem insistiu;
- Não me estás a conhecer? - Havia agora uma nota de mágoa na sua voz - Não te lembras de mim? Ainda ontem à noite nos vimos no Café X!
O Café X era Só uma das casas de "Quengas" mais conhecidas da cidade! Que raio estava o homem a querer insinuar? Foi então que Nocas lhe falou pela primeira vez, respondendo-lhe de forma brusca;
-Não o conheço de lado nenhum! Café X? Nunca sequer lá entrei! Como deve ter reparado cheguei há bocado de expresso, vim de Lisboa, como é que podia ter estado no Café X ontem à noite?! - À medida que Nocas falava a expressão do homem mudou, o sorriso desapareceu e os olhos brilhantes e esperançosos ficaram muito abertos de surpresa. Ficou vermelho como se todo o sangue lhe tivesse assomado à cabeça:
- Aí desculpe! Desculpe! Desculpe! Desculpe! - Estava agora nitidamente aflito e envergonhado - Eu confudi a Srª com outra pessoa. Assim que começou a falar eu vi logo que não podia ser ela...o seu sotaque...ela é brasileira e você é portuguesa. Que vergonha! Desculpe! Mas é que você é mesmo muito parecida com ela.... - E desapareceu rápidamente. Nocas nunca mais o viu...
 
E foi esta a trágica história da vez em que Pequena Nocas foi confundida com uma "Quenga" brasileira (E sim ! Confirmo! Ando a ver a Gabriela). Em sua defesa (de Nocas, não da quenga) tenho dizer que a roupa que trajava era até muito decente, umas calças de ganga, uma botas normais (nada de plataformas transparentes ou botas de plástico branco) e um casaco comprido de inverno. É que nem sequer tinha maquilhagem...
 
Nocas