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Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

Duas Amigas, Um Blog

Duas amigas de longa data e algumas das histórias que têm para contar. No fundo duas raparigas com uma grande capacidade para dizer parvoíces..

Domingo

 

 

O Domingo é actualmente o meu dia favorito da semana.

Porquê?

Ora, eis porquê:

  • Posso passar imenso tempo de pijama ou com roupa pouco cuidada;
  • Por norma, o jantarinho é sempre mais apetecível;
  • Posso passar a tarde inteira a pôr as séries de tv em dia;
  • Não tenho de acordar cedo e agora no inverno então posso ficar a "marinar" entre os lençõis até às 11 da manhã ou até ao meio-dia e não há problema nenhum;
  • Quando é de inverno, à tardinha faço lume e fico á chaminé até às tantas, ao quentinho;
  • Quando é verão, posso estar mais tmepo na internet sem me aborrecer;
  • Como começo a trabalhar de tarde, estar acordada até tarde no domingo não é sinal de cansaço na manhã seguinte;
  • Tenho o dia inteiro para ler quando me apetece;
  • Posso "petiscar" todo o dia e não só de manhã;
  • Quando a minha mãe não vai trabalhar e se ocupa das coisas de casa, nesses dias torno-me uma autentica preguiçosa que só se mexe para comer e ir ao wc;
  • Quando faz sol, o dia parece mais brilhante e quando chove fica melancólico mas apetecivel;
  • Não tenho tantas preocupações;
  • Tal como o Garfield, não gosto de segundas-feiras, logo o domingo é melhor por oposição;

Mas a razão principal porque eu adoro o domingo é simples. Como é o unico dia livre que tenho, obviamente a melhor razão de todas é porque pura e simplesmente não tenho de ir trabalhar.

 

Necas

Leituras ..

Maligna - Joanne Harris.

 

Li algures que era uma seca e um sacrifício chegar ao fim do livro. A minha opinião é diferente...

Está longe de ser um daqueles livros com final totalmente e inesperado a que a Joanne nos habituou mas, ainda assim, acho que para  primeiro livro não está nada mau. A leitura é fácil, a história é interessante e as descrições são muito boas. Na minha opinião é uma boa história de vampiros e até acho que a história adaptada a cinema era capaz de dar um bom filme de terror...

 

 

Terra do Pecado - José Saramago

 

E lá terminei mais um livro do Mestre....Qualquer dia não há mais ...

Terra do Pecado foi o primeiro livro de Saramago, foi escrito em 1947 e chamava-se A Viúva mas o editor achou que o titulo não vendia e mudou-lhe o nome. Terra do Pecado foi mais uma obra enjeitada pelo autor (tal como o Clarabóia) e só teve  o merecido sucesso quando Saramago se começou a destacar como escritor de renome já nos anos 80...

Acho que é um livro de fácil leitura. Não há falta de pontuação nem é, ainda, um daqueles livros de Saramago que nos obrigam a parar para pensar a cada frase.

Basicamente o livro fala de uma mulher jovem e mãe de duas crianças que se vê viúva e com uma quinta e uma casa para gerir. Maria Leonor (é este o nome da viúva) conta com o apoio da criada de sempre, Benedita e de dois amigos, o velho padre da vila e o Dr. Viegas, médico de meia idade. Um dia recebe a visita do jovem cunhado, há um clima, a criada descobre e as coisas complicam-se...

A mim este romance fez-me lembrar muito Eça de Queirós...Há ali qualquer coisa de Primo Basílio, talvez até mesmo d'Os Maias.

As personagens principais irritam-me profundamente! A Maria Leonor porque é uma panhonhas que não se sabe impor à criada, a criada porque é uma cabra que anda sempre a meter o nariz na vida da patroa. 

Classifico esta obra como um bom romance mas, na verdade, de todos os livros de Saramago que já li foi o que menos me tocou, é o menos genial!

 

Nocas

 

Cavaco Silva e o meu avô

Recentemente o nosso presidente da República decidiu partilhar com o país a sua triste miséria de ordenado e como não consegue pagar as contas dele. Diz que não chega.

Claro que agora aí por todo o lado se vêem posts e artigos sobre isso e que ele foi imprudente, não devia ter dito aquilo, parece que o mural dele no facebook foi inundado de comentários sarcásticos, irónicos e realistas.

 

Sinceramente, o senhor estava só a revoltar-se. Quando o governo falou nos sacrificios era mesmo para todos, ele não ia ficar de fora e agora que percebeu isso, soltou o grito de revolta de dentro dele! lol

 

Parte de mim tem pena de alguém que pensa assim. Se calhar ele lá tem as despesas dele e realmente os 1300€ não são suficientes. Ele ainda não é bem reformado, mas vejamos a questão de um ponto de vista comparativo.

Quando se reformar, Cavaco Silva terá a sua reforma - seja lá ela qual for - e continuará a receber as pensões do Banco de Portugal, da Universidade Nova e de ter sido Primeiro-Ministro. Vi algures que tudo junto ultrapassa os 9000€.

Agora vejamos o meu avozinho, que também trabalhou a vida toda, reformou-se e recebe 310€/mês. E não recebe pensões de lado nenhum. Ora, o meu avô está num lar porque aqui em casa durante um dia inteiro não está ninguém que possa ficar com ele (e já agora com a minha avó e o meu outro avô). O que ele "gasta" como habitante do lar é superior ao que recebe de reforma. Ou seja, no fim do mês, não lhe sobra nada e o meu pai e os meus tios ainda têm de dar parte do ordanado deles para o meu avô poder continuar no lar.

Se formos a ver Cavaco Silva antes sequer de se reformar já tem uma vantagem de cerca de 8700€, minimo, sobre o meu avô.

E e só um exemplo.

Claro que Cavaco Silva não conhece o meu avô, não sabe nada sobre ele, mas eu sei que Cavaco Silva nunca teve de trabalhar no campo de sol a sol, nunca teve de espremer o dinheiro para sustentar a familia, nunca teve de abdicar da escola dele ou dos filhos dele para que todos comessem todos os dias qualquer coisa.

É a circunstância, Cavaco Silva teve oportunidades, estudou, fez vida politica, teve cargos importantes...por todo o seu empenho e estudos, conseguiu obter um certo poder económico que o meu avô nunca teve. Conseguiu mais responsabilidades, é certo que não é mesma coisa ter a capacidade de vetar um governo prejudical e saber que cura é melhor para ter espinafres sem bichos, mas...

Se ambos trabalharam e ganham de acordo com a sua instrução e vão ter/têm uma reforma de valor associado, se formos a ver...Cavaco Silva com 1300€ mês continua melhor que o meu avozinho.

 

O meu avê come as suas refeições no lar. A roupa vem de mercados. O dinheiro que acumulou no banco é para pagar o lar e mesmo assim não chega. Circunstâncias, pode dizer-se.

É a vida.

Suou e perdeu coisas, mas também teve iniciativa. O lar onde está foi ele que teve a ideia de construir. Teve momentos lindos na vida dele. Enquanto cá estiver, há-de haver alguém que o ajude.

Mas há quem nem isso tenha...

 

Agora....o senhor Cavaco Silva com todos os seus problemas de que não sabemos nada, vem dizer que não lhe chegam 1300€ para pagar as contas e estudou, trabahou e trabalha, recebe pensões de 3 sitios diferentes, a pobre da mulher dele só recebe 600€, depende dele, tem casa aqui e ali, compra roupas no El Corte Inglês ou manda fazer num alfaiate, já visitou sei lá quantos países, anda com carros de luxo do Estado... lol, o senhor Cavaco Silva tem uma grande lata.

 

Que lhe escapou a frase, que não devia ter dito, que é gozar com quem tem pouco, que é ter sido infeliz na escolha das suas palavras...sim, foi isso tudo. Foi impulsivo e saiu-lhe mal.

Mas sinceramente....ele que vá para a puta que o pariu com as queixas dele. Ele que viva com 310€/mês que logo vê!!

 

Necas

e viva a direita!

Acordo   

      Faltas sem motivo junto às ‘pontes’ tiram quatro dias de salário   

Margarida Peixoto e Cristina Oliveira Silva                  
18/01/12 00:05

 

A versão final do acordo tripartido, que será assinado hoje entre Governo, patrões e UGT, penaliza mais as faltas não justificadas.   

Quem faltar injustificadamente num dia de ‘ponte' - ou seja, entre um fim-de-semana e um feriado - arrisca-se a perder quatro dias de salário, indica a versão final do acordo tripartido que será hoje assinado entre Governo, patrões e UGT. E quem faltar meio dia, perderá a retribuição devida pelo dia anterior ou posterior, esclareceu o secretário-geral da UGT aos jornalistas.

Estas medidas constam do compromisso para a competitividade, crescimento e emprego. Mas a versão final do documento -  que surgiu ao fim de uma maratona negocial que terminou na segunda-feira já depois das três da manhã - é mais penalizadora do que a solução prevista inicialmente, que apontava apenas para a perda de dois dias de salário, caso o trabalhador faltasse um dia (ou meio dia) num dia colado ao feriado ou a período de descanso.

"A falta injustificada a um ou meio período normal de trabalho diário imediatamente anterior ou posterior a dia de descanso ou a feriado implica a perda de retribuição relativamente aos dias de descanso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores", lê-se no documento. Traduzido por outras palavras, quer dizer que se a falta for entre o fim-de-semana e um feriado implica "a perda de quatro dias de remuneração", confirmou João Proença. "Mas se o trabalhador faltar só meio dia, perde o dia de salário anterior no caso da falta ser de manhã, ou posterior se for da parte da tarde", adiantou.

 

 

Acho que já faltou mais para termos que pagar ao patrão para trabalhar..... 

É uma vergonha o que esta cambada de filhos pa puta está a fazer aos trabalhadores!

Cambada de fascistas de merda! Ao longo de anos comeram tudo, pagaram para não produzir, deixaram que os súbsidios da UE fossem gastos sabe Deus em quê e agora a culpa é dos trabalhadores? São os trabalhadores que têm que pagar a porcaria da crise que os governantes criaram?

E o que me faz confusão é que o povo, que agora é  lixado à força toda por estes bétinhos de merda, votou neles e voltaria a votar...

 

Nocas

Clarabóia

Terminei ontem de ler Clarabóia do José Saramago.. Quem não gosta de Saramago porque diz que tem uma escrita difícil e não tem pontuação devia tentar esta romance. É muito fácil de ler e bem pontuado.

Em Clarabóia Saramago retrata a vida de 6 famílias que vivem num prédio. Consegue, através das palavras,  dar-nos uma imagem muito pormenorizada do quotidiano daquela gente, dos seus dramas, dos seus segredos, das suas virtudes e defeitos.

Clarabóia seria, para mim, apenas um livro bem escrito e moderadamente interessante, se me tivesse abstraído da época em que Saramago o escreveu, ou seja, 1953. É aí que reside a verdadeira magia do livro! Em 1953 vivíamos em plena ditadura, a típica família portuguesa devia seguir uma rígida conduta de moral e bons costumes. Clarabóia é uma autêntica pedrada no charco ao mostrar um retrato bem diferente da vida familiar portuguesa. Saramago ousou tocar temas tabu como a homossexualidade, o incesto o (in)conformismo...

Na altura não lhe publicaram a a obra. Pois claro que não! Como é que a sociedade tacanha daqueles tempos, que vivia sob uma capa de aparente moralidade, poderia aceitar um livro tão corajoso? Um livro que vinha mexer com uma das coisas mais sagradas para o Estado Novo: A família Portuguesa?

Pessoalmente gostei muito o que não me impede de ver um grande defeito na obra; Clarabóia sabe a pouco! O livro termina e ficamos sem saber o que aconteceu. Será que o Abel assentou? Será que a Carmem voltou ou será que se "enrolou" com o primo Manolo? E a D. Lídia? Será que voltou a conseguir sair das ruas? A Claudinha cedeu mesmo ao Morais ou será que não se deixou ir na conversa dele?...

Tanta dúvida....

 

Nocas

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